sexta-feira, 27 de maio de 2011

O cerco se fecha contra Palocci

Está na manchete de todos os sites de hoje: "Ministério Público decide investigar Palocci". Isso definitivamente não é bom para o ministro. O MP tem uma tradição de seriedade e de independência e pode acabar chegando em questões delicadas para Palocci e para o governo Dilma. Vai correr em segredo de Justiça. Mais ou menos. A gente sabe que sempre acaba vazando alguma coisa. Afinal, o MP é um emérito "vazador" quando quer que seu investigado dê um passo em falso.
A prova de que o Ministério Público não deve dar moleza está nesse trecho da decisão de apurar a extraordinária evolução patrimonial de Palocci: "Não foram apresentadas publicamente justificativas que permitam aferir a compatibilidade dos serviços prestados com os vultosos valores recebidos." Ou seja, entre aquilo que a empresa do ministro, a Projeto, realizou para seus clientes e o que entrou no caixa da empresa há um hiato que precisa ser mais bem explicado.
Não se pode dizer que Palocci vá jogar a toalha ou que o governo vá desistir dele. Mas que o preço das coisas vai subir para o Palácio do Planalto, lá isso vai. Há todo um segundo escalão, estatais e outras autarquias que a presidente Dilma vem segurando para ou torná-las moeda de troca no momento mais adequado ou transformá-las em ilhas de excelência. Vai ter de conceder e deixar o plano de fazer do Estado brasileiro eficiente e profissional para outra hora.
O PMDB já mandou recado de que, para ajudar Palocci, derrubar o Código Florestal aprovado terça-feira e cuidar de outras questões de interesse do governo, vai ter um preço. O partido sente-se alijado do poder desde a montagem do ministério, quando teve o quinhão limitado a seis postos no primeiro escalão, alguns muito a contragosto. Está na hora, com a crise política subindo calmamente a rampa do Palácio do Planalto, de começar a cobrar pelo espaço não ocupado.
Isso, inclusive, foi uma das coisas que Lula disse a Dilma, quando por aqui esteve, na quarta-feira. Não se pode enfraquecer a interlocução com negativas e precondições. O ex-presidente mostrou a ela que o governo tem um poder limitado quando se trata de negociar com o Congresso, sobretudo com o negociador enfraquecido por suspeita de que traficou influência em favor de clientes privados. A presidente, que tem ojeriza a cuidar do varejinho que agrada tanto aos

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