quinta-feira, 25 de abril de 2013

Algo de podre no reino

Ficou célebre a frase "Há algo de podre no reino da Dinamarca", em "Hamlet" - ato 1, cena 4. O príncipe solitário imaginado por Shakespeare faz a pensata quando observa que, ao seu redor, nada acontece exatamente como planeja. As coisas se perdem no meio da mensagem, e não por falta de entendimento entre os interlocutores.

Os reinos são podres.

Por reinos entenda-se governos.

Mais abaixo, em vermelho, acrescento artigo de Demétrio Magnoli, publicado nas edições de hoje do Globo e do Estadão. O sociólogo é um dos mais proeminentes pensadores do conservadorismo brasileiro, mas isso não é necessariamente mau. Alguém há de fazer oposição, sempre benéfica.

O tema do artigo é um cidadão chamado Eike Batista. Bilionário e tido como o exemplo do empresário brasileiro do século 21, é o ícone do tardio capitalismo pátrio. Tem pés de barro, porém. E Demétrio elenca os problemas que o fizeram despencar do ranking internacional dos ricaços.

Já tinha lido, tempos atrás, artigo de JR Guzzo, na Veja, no qual apontava algumas incoerências no avanço vertiginoso do Grupo X. Incoerências, não; inconsistências. Afinal, o jornalista indagava, ao longo do texto, como o virtuoso Eike alcançou tal patamar com um patrimônio de miragem.

O cadáver começou a exalar a fedentina quando Elio Gaspari deu o furo, numa coluna dos domingos: o embaixador brasileiro em Cingapura foi constrangido a agir como lobista para que o estaleiro Jurong trocasse o litoral capixaba pelo Porto do Açu, de ninguém menos que Eike. O diplomata foi chamado ao Brasil e a história causou tremendo barata-voa.

O restante da imprensa entrou no caso, ministros tiveram de abandonar obsequioso silêncio. O governador Renato Casagrande correu atrás do prejuízo. Resumo: dias atrás, o Jurong fechou contrato e fica no Espírito Santo.

Entrou areia na engrenagem de Eike.

O artigo de Demétrio é esclarecedor, mas não creio que alguém no governo, ou no PT, vá respondê-lo - tal como José Sérgio Gabrielli fez, na Folha do dia 24, ao professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, rebatendo a acusação de que se a Petrobras ficou mais perto da insolvência, isso é devido ao hoje secretário de Planejamento da Bahia e ex-presidente da estatal. Apesar do tropeço, Eike ainda é uma figura necessária.

Entre os esclarecimentos do artigo de Demétrio, está o fato de que Eike segue em linha reta os ensinamentos do pai, Eliezer Batista. Para quem não sabe quem foi, Eliezer era o "dono" da Vale do Rio Doce nos tempos estatais. Só saiu da mineradora com a privatização. Mas, dizem as lendas urbanas, levou os segredos da empresa, e os legou a Eike. Que, como bom aprendiz, teve o mínimo de competência ao fazer render a herança recebida.

Eliezer mais se serviu do que serviu à ditadura. Os militares se encabidaram na empresa, tal como fizeram na Petrobras - que teve entre seus presidentes Ernesto Geisel e seu ex-ministro das Minas e Energia, Shigeaki Ueki. Isso, claro, não é sinônimo de competência, por mais que no quadro das duas estatais tivessem generais e coroneis formados pelo Instituto Militar de Engenharia. A questão ali era política, não econômica. As baias tinham que ser ocupadas pelos amigos e capachos.

Abaixo, em vermelho, vai o artigo de Demétrio. Vale lê-lo, sem preconceitos. Dá uma ideia de como o Brasil continua sendo um teatro pujante para farsantes travestidos de gênios. Há algo de podre, claro. E não é de hoje.

Eike, emblema e indício :: Demétrio Magnoli

Eike Batista valia US$ 1,5 bilhão em 2005, US$ 6,6 bi em 2008, US$ 30 bi em 2011 e US$ 9,5 bilhões em março passado, depois de 12 meses nos quais seu patrimônio encolheu num ritmo médio de US$ 50 milhões por dia. Desconfie das publicações de negócios quando se trata do perfil dos investimentos de grandes empresários. Apenas cinco anos atrás, uma influente revista de negócios narrou a saga de Eike sem conectá-la uma única vez à sigla BNDES. Mas o ciclo de destruição implacável de valor das ações do Grupo X acendeu uma faísca de jornalismo investigativo. Hoje, o nome do empresário anda regularmente junto às cinco letrinhas providenciais - e emergem até mesmo reportagens que o conectam a outras quatro letrinhas milagrosas: Lula.
A história de Eike é, antes de tudo, um emblema do capitalismo de estado brasileiro. Durante o regime militar, Eliezer Batista circulou pelos portões giratórios que interligavam as empresas mineradoras internacionais à estatal Vale do Rio Doce. Duas décadas depois, seu filho converteu-se no ícone de uma estratégia de modernização do capitalismo de estado que almeja produzir uma elite de megaempresários associados à nova elite política lulista.

"O BNDES é o melhor banco do mundo", proclamou Eike em 2010, no lançamento das obras do Superporto Sudeste, da MMX. O projeto, orçado em R$ 1,8 bilhão, acabava de receber financiamento de R$ 1,2 bilhão do banco público de desenvolvimento, que também é sócio das empresas LLX, de logística, e MPX, de energia. No ano seguinte, o banco negociou com o empresário duas operações de injeção de capital no valor de R$ 3,2 bilhões, aumentando em R$ 600 milhões sua participação na MPX e abrindo uma linha de crédito de R$ 2,7 bilhões para as obras do estaleiro da OSX, orçadas em pouco mais de R$ 3 bilhões, no Porto do Açu, da LLX. Hoje, o endividamento do Grupo X com o banco mais generoso do mundo gira em torno de R$ 4,5 bilhões - algo como 23% do seu valor total de mercado.

"A natureza sempre foi generosa comigo", explicou Eike. "As pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo", explicou Lula. A política, não a economia, a "natureza" ou a sorte, inflou o balão do Grupo X. Dez anos atrás, o BNDES não era "o melhor banco do mundo". Ele alcançou essa condição por meio de uma expansão assombrosa de seu capital deflagrada no fim do primeiro mandato de Lula da Silva. A mágica sustentou-se sobre o truque prosaico da transferência de recursos do Tesouro Nacional para o BNDES. O dinheiro ilimitado que irrigou o Grupo X e impulsionou uma bolha de expectativas desmesuradas no mercado acionário é, num sentido brutalmente literal, seu, meu, nosso, dos filhos de todos nós e das crianças que ainda não nasceram, mas pagarão a conta da dívida pública gerada pela aventura do empresário emblemático.

Eike é emblema, mas também indício. A saga da célere ascensão e do ainda mais rápido declínio do Grupo X contém uma profusão de pistas, ainda não exploradas, das relações perigosas entre o círculo interno do lulismo e o mundo dos altos negócios.

Na condição de "consultor privado", em julho de 2006, o ex-ministro José Dirceu viajou à Bolívia, num jatinho da MMX, exatamente quando o governo de Evo Morales recusava licença de operação à siderúrgica de Eike. Nos anos seguintes, impulsionado por um fluxo torrencial de dinheiro do BNDES, o Grupo X atravessou as corredeiras da fortuna. Durante a travessia, em 2009, o empresário contou com o beneplácito de Lula para uma tentativa frustrada de adquirir o controle da Vale, pela compra a preço de oportunidade da participação acionária dos fundos de pensão, do BNDES e do Bradesco na antiga estatal. Naquele mesmo ano, o fracasso de bilheteria "Lula, o filho do Brasil", produzido com orçamento recordista, contou com o aporte de um milhão de reais do empreendedor X.

A parceria entre os dois "filhos do Brasil" não foi abalada pela reversão do movimento da roda da fortuna. Em janeiro passado, a bordo do jato do virtuoso empresário, Eike e o ex-presidente visitaram o Porto do Açu. O tema do encontro teria sido um plano de transferência para o Açu de um investimento de R$ 500 milhões de um estaleiro que uma empresa de Cingapura ergue no Espírito Santo. Em março, depois que Lula recomendou-lhe prestar maior atenção às demandas dos empresários, Dilma Rousseff reuniu-se com 28 megaempresários, entre eles o inefável X. Dias depois, numa reunião menor, a presidente e um representante do BNDES teriam se sentado à mesa com Eike e seus credores privados do Itaú, Bradesco e BTG-Pactual.

Equilibrando-se à beira do abismo, o Grupo X explora diferentes hipóteses de resgate. O BNDES, opção preferencial, concedeu um novo financiamento de R$ 935 milhões para a MMX e analisa uma solicitação da OSX, de créditos para a construção de uma plataforma de petróleo. Entrementes, diante da deterioração financeira do "melhor banco do mundo", emergem opções alternativas. No cenário mais provável, o Porto do Açu seria resgatado por uma série de iniciativas da Petrobras e da Empresa de Planejamento e Logística. A primeira converteria a imensa estrutura portuária sem demanda em base para a produção de petróleo na Bacia de Campos. A segunda esculpiria um pacote de licitações de modo a ligar o porto fincado no meio do nada à malha ferroviária nacional, assumindo os riscos financeiros da operação.

No registro do emblema, a vasta mobilização de empresas estatais e recursos públicos para salvar o Grupo X pode ser justificada em nome da "imagem do país no exterior", como sugere candidamente o governo, ou da proteção da imagem do próprio governo e de seu modelo de capitalismo de estado, como interpretam as raras vozes críticas. No registro do indício, porém, o resgate em curso solicitaria investigações de outra ordem e de amplas implicações - que, por isso mesmo, não serão feitas.
  

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Como transformar um oportunista em democrata

Não chego ao ponto de dar parabéns aos evangélicos, tal como fez Reynaldo Azevedo em seu blog na Veja.com, ao comparar a forma de protesto daqueles que apóiam Marco Feliciano com a dos seus adversários. Apesar do texto que considero brilhante (impressionante como os conservadores têm bons escribas e intelectuais), não sou cínico a este ponto.

Não bateria palmas jamais pelo fato de terem feito um protesto civilizado - isso é absolutamente claro - contra a presença de José Genoino e João Paulo Cunha na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Em silêncio, com cartazes de cartolina e sem dar um pio, foram lá dizer que os mensaleiros não têm condições morais e éticas de estarem onde estão. Ambos foram condenados, como se sabe, no STF e aguardam apenas o final do final do julgamento para cumprirem suas penas.

É o jogo jogado. Ou tem coisa mais dolorosa para os petistas que ver alguns dos seus sendo apontados como leprosos bíblicos, impurezas que tisnam águas límpidas?

Os partidários de Feliciano cumpriram bem o roteiro que lhes foi passado. Ao contrário daqueles que queriam (Ou ainda querem? Nunca se sabe...) arrancar o deputado-pastor da presidência da Comissão de Direitos Humanos, não houve gritos, barulheira, xingamentos, dedos na cara. Ninguém subiu na mesa nem enfrentou a segurança da Câmara. Não se verá foto de manifestante com a veia do pescoço estufada, vermelho descontrolado, disparando perdigotos, incontido de raiva babenta.

Malandramente, Feliciano conseguiu marcar a diferença. De um lado, a claque amestrada, certinha, mas democrática, de neopentecostais. Do outro, os fascistóides que na falta de argumentos acreditam que a coisa se resolve na base do cacete. Na batalha da comunicação, o deputado-pastor deu um verdadeiro baile. Os burraldos que foram até lá, subiram na mesa, tocaram apito, e fizeram da Câmara uma Casa de Mãe Joana maior do que ela já é, se auto-aplicaram a classificação de inimigos mortais da democracia e da variedade de opiniões.

(Não, de forma alguma acho que não devem protestar, manifestar sua contrariedade. Defendi-os quando perseguiram Yoani Sanchez por onde quer que fosse, quando ela aqui esteve. Acho mesmo que só foi impedida de falar porque aqueles que a trouxeram comeram mosca ao não providenciar segurança para que se expressasse. Sou partidário de todo e qualquer tipo de protesto. Posso não concordar com a forma nem com o conteúdo, mas nunca impediria quem quer que fosse de expor suas idiotices. Todos têm direito a falar, pensar e manifestar imbecilidades.)

Feliciano é o tipo do oportunista perigoso, que sabe jogar bem no tabuleiro da irritação alheia. Enquanto verberam contra ele, bosteja contra John Lennon, Mamonas Assassinas, negros, homossexuais, marcianos etc. Suas aparições são campeãs de audiência no You Tube. Sob uma ótica religiosa enviesada, vai obtendo projeção e espaço na imprensa. Se amanhã disser que o preço do tomate, esse inusitado vilão da inflação, tiver subido à estratosfera por causa da ira divina, pode ser que consiga influenciar as especulações do mercado financeiro.

Embora como farsa, o deputado-pastor segue o mesmo comportamento do senador John McCarthy. Acolitado pelo advogado Roy Cohn, seu assessor (e homossexual, registre-se) parlamentar, e pelo futuro presidente Richard Nixon, McCarthy foi a personificação do ridículo na radicalização anticomunista nos Estados Unidos. Vá lá que se vivia a Guerra Fria e que os Rosemberg tinham, pouco tempo antes, sido mortos por supostamente venderem o segredo da bomba atômica aos soviéticos. Mas o parlamentar, proclamado cavaleiro das liberdades democráticas, começou a enxergar até nas pedras da rua uma ameaça comunista.

Quando foi destroçado por Ed Murrow, no debate da CBS, McCarthy já estava na descendente. Ninguém mais levava a sério suas acusações, desde que convocou uma modesta empregada doméstica para depor, homônima que era de uma suposta acusada de espionagem comunista - a pobre mulher não sabia se comunismo era para comer ou passar no cabelo.

O que derrubou o senador foi a seara na qual seus adversários o enfrentaram: a das ideias. Se é para confrontar argumento contra argumento, veremos quem pode mais - pensaram seus antagonistas. Percebeu-se, então, que a caça as bruxas tinha um quê de pantomima e, principalmente, atentava contra um bem fundamental e caro da Constituição americana: a liberdade de expressão.

Aqui, fizeram o contrário. Os adversários de Feliciano não apenas tentaram enxotá-lo, como calá-lo. E da pior maneira possível: via protestos violentos. O efeito, evidentemente, foi oposto. O deputado-pastor, de figura risível, tornou-se arauto dos conservadores e campeão da liberdade de expressão - mesmo quando pediu o fechamento das seções da CDH teve razão, pois queriam impedi-lo de exercer a função para a qual fora eleito. E provocador, passou a postar na internet vídeos que, sabia, iriam aumentar a irritação de quem não se conformava com ele.

Imaginem se tivessem feito o mesmo com McCarthy?

Teria virado presidente dos EUA, fácil, fácil.

PS - E Henrique Eduardo Alves, que várias vezes disse que a situação de Feliciano era insustentável? Não vão cobrar nada dele por tais palavras? Não vão invadir o gabinete da presidência para forçá-lo a cumprir a promessa?

Ora, senhores...

terça-feira, 9 de abril de 2013

Quanto mais gritaria, mais Feliciano gosta

O deputado Marco Feliciano conseguiu uma projeção que jamais imaginou, com suas posições discutíveis e opiniões esdrúxulas. A mais recente é que John Lennon e os Mamonas Assassinas foram mortos por ira de Deus. Lendo assim, sem anestesia, é claro que parece um absurdo. Mas não é se partirmos de alguns princípios dogmáticos. Tal como: Deus tem o dom da vida, é ele quem dá e retira, e por razões que aos simples mortais não é dado saber. A bala de um louco com Mark Chapman ou a montanha no caminho do teco-teco da banda são apenas os vetores do cumprimento de um roteiro pré-determinado para cada um.

Para tanto, há que se acreditar na reencarnação e que não cai uma folha sequer sem Deus saiba. Há que se crer também que passamos por dores que serão nossa redenção pelos graves erros do passado. A forma da morte, diante de uma espiritualidade incomensurável e que antes de mais nada trabalha para a evolução de cada alma que vive neste mundo de provas e expiações, é o que menos importa. Afinal, todos nós estaremos amparados pelos obreiros da luz, seja qual for nosso grau de elevação.

Tudo isso, porém, são conceitos. Muitos veem neles uma imensa bobagem, mais uma dessas explicações pseudo-filosóficas que tentam explicar a existência. Outros tantos pensam exatamente como Feliciano, no Deus de ira, severidade e intolerância com deslises. É outro conceito, que a mim cabe apenas estabelecer o quanto discordo dele.

O deputado-pastor, porém, não vem proferindo supostas asneiras e adotando surpreendentes posturas por acaso. Marqueteiro de si mesmo, Feliciano busca a provocação. Quer que desçam-lhe tacape e borduna sem dó, tachando-o de medieval, tosco, tacanho. Quanto mais graves forem as críticas, maior será a cisânia. Mais aumentará a temperatura do confronto.

Feliciano não é perigoso por aquilo que diz, mas pela projeção que dão às suas palavras. Quando sobe ao púlpito nas pregações, mostra a uma legião de pessoas que pensam como ele que, ao tentarem cassar-lhe a palavra, buscam impor o silêncio a outros tantos que o escutam, entendem e o apóiam. Nas entrelinhas, exorta-os a não se deixarem esmagar; que os fieis em Cristo e em Deus são a verdadeira maioria; que com eles está a palavra divina; que são os escolhidos; que juntos estabelecerão os ditames preconizados pelo verbo superior.

Esse é o princípio da guerra santa. Feliciano tornou-se, por intransigência e incompreensão dos adversários desse jogo perigoso, um referencial religioso. De obscuro chefe de seita, hoje se ombreia e conta com apoio de figuras de peso do movimento neopentecostal. O deputado foi catapultado a uma altura tal que seu partido já fala em lançar candidato à Presidência da República. Bravata? Pode ser, mas até semanas atrás, quando a projeção do pastor era traço na escala de popularidade, seu PSC se dava por satisfeito em fazer parte da bancada governista, alegre participante de uma política amesquinhada.

Os ultraconservadores, que até então careciam de um líder, agora têm um. E que assusta seus inimigos. O discurso da intransigência só se torna forte quando prestam atenção nele e pretendem combatê-lo longe da seara das ideias. Feliciano saboreia cada inconsistência que diz, amplificada imediatamente pela imprensa. Se farta com a condenação dos modernos, grupelho sempre à espera da salvadora caroninha que lhes retirará o mofo da obscuridade.

Até a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, ajudou a dar importância às palavras de Feliciano. E errou quando disse que ele vem incitando à violência e ao ódio. Não, não. Seus adversários é que querem tirá-lo da presidência da comissão à base de tapas.

O deputado-pastor Marco Feliciano é um reacionário de ocasião, um oportunista religioso que, como já disse aqui antes, ganhou envergadura por palavras que soaram como intoleráveis provocações a grupos que pensam de forma diametralmente oposta. Agora, tudo que falar será com o intuito de, pela via do fustigamento, tirar seus adversários do sério - e ganhar mais projeção.

A última coisa que Feliciano quer nesse exato instante é o silêncio, dele e dos que o elegeram como inimigo. Quanto mais gritaria, mais ele se diverte, mais ganha musculatura, mais espaço recebe.

A sandice está dando uma goleada do bom-senso.

PS - aos caçadores de ideias alheias. Não posso impedi-los tomá-las para si, mas, ao menos, não fazia mal dar a mim os créditos de conceitos que defendi antes que se dessem conta da atual situação.