segunda-feira, 16 de abril de 2012

A autonomia do DF tem que acabar

Li estarrecido a notícia publicada sábado, n'O Globo, afirmando que o governo do DF tem uma pesquisa na qual se Agnelo disputasse uma eleição com Arruda, Arruda ganhava! Isso para mim quer dizer simplesmente o seguinte: o DF não pode ter autonomia administrativa.

Já não podia em 2010, quando uma eleição enviezada colocou Rogério Rosso para completar os meses que faltavam do governo Arruda. Ninguém tem dúvida alguma de que uma gangue vampirizou o GDF durante décadas; as imagens feitas pelo Durval Barbosa são fortes demais, impressionantes demais, incontestáveis demais. Então, como é que o eleitor pode querer que o Arruda volte?

Pior: no Reynaldo Azevedo, na Veja, está que Agnelo perderia até mesmo para Joaquim Roriz num suposto pleito. Para quem não sabe, ou não quer saber ou não pretende se lembrar, Arruda e Roriz são rigorosamente o mesmo grupo político. Quem serviu a um, serviu a outro.

E não é somente isso: Arruda renunciou, assim como Roriz renunciou à cadeira no Senado. Roriz, aliás, está inelegível pela próxima década. Foi tragado pela Ficha Limpa.

Então, é só aparecem denúncias (fortes, pesadas e fortemente documentadas) para que o eleitor do DF queira novamente os mesmos bandidos que não faz muito tempo estavam no poder?

Vale ressaltar que, no governo Arruda, teve auxiliar direto do ex-governador sendo levado preso para a Papuda! PA-PU-DA! Foi em cana como bandido comum.

Vale ressaltar que Roriz foi flagrado numa gravação acertando com Tarcísio Franklin de Moura, ex-presidente do BRB, a divisão de um dinheiro que, para quem está com a memória fraca, era público. E queriam levar o butim para ser repartido no escritório de outro facínora, Nenê Constantino, acusado de grilagem de terras e de mandar cometer um assassinato.

Vale ressaltar que a deputada federal Jaqueline Roriz foi FLA-GRA-DA nas gravações de Durval pegando dinheiro (público!) para pagar dívidas de campanha. E que só se safou de um processo de cassação na Câmara porque seus colegas temeram passar a serem julgados pelos crimes que cometeram antes de assumirem o mandato.

Isso quer dizer que a política do DF não tem quadros à altura de assumir a gestão pública.

Em assim sendo, qual a melhor alternativa para o cidadão-contribuinte-eleitor? ACABAR COM A AUTONOMIA POLÍTICA DO DF!

Claro que a turma que fica agarrada nas tetas do GDF não quer nem pensar nessa possibilidade, mas é o melhor momento para discuti-la.

Em 2010, Agnelo ganhou uma eleição plebiscitária: era um novo (?) grupo político contra aquele que sugou o GDF por mais de uma década. Ou seja, houve a identificação clara de que Roriz e Arruda eram a mesma turma, que tentaria se segurar através de Weslian, caso inédito de uma governadora-títere do próprio marido. Agnelo era um recém-chegado e, embora turbinado por grupos que oportunísticamente deixaram o outro lado, não vinha com o cheiro de bolor dos rorizistas explícitos e ocultos.


O DF é sustentado em boa parte por recursos da União. A polícia é a mais bem paga do País porque não é o governo que a banca. Os professores, a mesma coisa. Ou seja, a autonomia financeira é de brincadeirinha.

Se pesquisa houver, não deve ser feita com a pergunta ao eleitor sobre quem ganharia a eleição agora, no caso de saída de Agnelo. Deve ser indagado se o cidadão voltaria às urnas num plebiscito sobre se o DF deve continuar autônomo ou não.

Afinal, para onde quer que se olhe, as propostas são desalentadoras, desesperadoras, estarrecedoras, entristecedoras.

PS - Para que não digam que pegar carona na tragédia lulopetista é fácil, quem me conhece sabe perfeitamente que sempre defendi o fim da autonomia política e administrativa do DF.

Agnelo faz o V que pode ser o de "Vai embora"

Roriz, apesar das "pesquisas", está inelegível por mais de uma década

Arruda: de preso por corrupção a "candidato" à sucessão


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