quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Se sumir, não fará falta

Vocês conhecem o ditado: "só mudam as moscas, porque...". A entrada de Gastão Vieira no Ministério do Turismo, em substituição a Pedro Novais, é a troca de seis por meia-dúzia. E não é porque ambos contam com a bênção de José Sarney, a cuja facção pertencem no Maranhão. Mas porque um ministro que já entra dizendo que não é "genérico" é exatamente isso: genérico. Além da pouca qualificação, fica clara a ideia de que o governo também não tem critérios (que não sejam os políticos) para preencher o cargo.
Nesse jogo de erros que dificilmente serão corrigidos, já que competência não é a qualidade para alguém ocupar um cargo no primeiro escalão de Dilma, há lances assustadores, estarrecedores. Tal como a tentativa, feita pelo líder Henrique Eduardo Alves, de emplacar o deputado Manoel Júnior no ministério, acusado de estar envolvido com a pistolagem. Vou repetir: acusado de estar envolvido com a pistolagem. Seria  a mesma coisa que indicar Natalino ou Jerominho, ex-deputado estadual e ex-vereador no Rio e chefes da Liga da Justiça - milícia que manda em várias favelas cariocas - para o cargo.
Quer dizer: o substituto de Pedro Novais já assumiria nas mesmas condições do antecessor, tendo de dar explicações do seu envolvimento com a criminalidade. É de se perguntar se Henrique Eduardo Alves estava de brincadeira ou é irresponsável assim mesmo. Porque alguém que indica um ciadadão com  ficha corrida para comandar um ministério só pode ser louco. Não é o caso nem de a presidente desconsiderar a sugestão, mas de chamá-lo às falas de perguntá-lo qual a intenção de apresentar alguém com um histórico desses.
São lances assim que atestam a completa desnecessidade do Ministério do Turismo - uma invenção do presidente Itamar Franco para abrigar o amigo e ex-banqueiro José Eduardo de Andrade Vieira. Fosse algo sério, Pedro Novais nem sequer teria sido cogitado. Mas como tem que se criar pastas na estrutura federal para poder agradar os aliados, vale qualquer coisa. De sugestão imprópria a um genérico que lá está para alavancar seu partido.

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