quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Segunda rodada dos bateras

Atendendo ao pedido do meu irmão, que me pede para fazer um segundo tempo sobre os bateras, vou comentar os caras que ele sugere. São fabulosos, evidentemente, mas não diria que compro disco por causa da presença deles. Tenho vários CDs e LPs em que aparecem, mas por mero acaso. Alguns têm até carreira-solo expressiva, com coisas interessantes, mas repetitivas. Ainda assim, vale a pena ouvi-los.

Carmine Appice - O cara já mandava muito no Vanilla Fudge (aliás, vale a pena correr atrás de um disco que gravaram faz uns cinco anos ou mais. Exceto pela presença do Mark Stein, estão no grupo o Tim Boggert e o Vinnie Martell). Depois, continuou "esplanando" (como diz meu camarada Evandro) no Beck, Boggert & Appice, veio o Cactus e mais meio mundo (Ozzy Osbourne, King Kobra, Blue Murder). Aliás, acho o trabalho dele no primeiro disco do Blue Murder impecável. É o típico batera de hard rock dotado de técnica e bom gosto. Não exagera e dá umas baquetadas que fazem a diferença. 
Steve Smith - Ouvi esse cara pela primeira vez no Enigmatic Ocean, do Jean-Luc Ponty. Depois, no Con Proby, do Focus, e quando percebo já estava no Journey. Pegou uma fase ótima da banda, talvez a mais criativa desse que é o expoente máximo do hard farofa (mas muito bem feito). Aí, como ele mesmo disse numa dessas revistas baba-ovos, voltou ao jazz, sua primeira praia. É um senhor batera. Mas muito além dos discos que gravou com Frank Gambale e Stuart Hamm, ainda me impressiona a levada de Don't stop belivin', que abre o Escape (Journey), ou Wingless, do Con Proby.
Dave Weckl - What I might to say... Brilliant, but boring. Todo cara um dia que ser David Weckl, com aquela técnica avassaladora. Mas o problema disso é que chega num ponto que se torna chato. Notas demais, domínio demais. Já disse uma vez sobre o Whitesnake: não discuto que Reb Beach e Doug Aldritch sejam excelentes, mas que saudades de Bernie Marsden e Micky Moody - e como esses dois tocam bem, dentro do que pede a música. Pois é: virtuoses são legais até que a gente acha que são atração de circo. Ouvi David com Chick Corea, com Michel Camilo, em álbum-solo (que são muito bons, desde que não ouvidos com menos de seis meses de diferença) e, confesso, me enchi dele. A bateria soa sempre igual, as composições são sempre parecidas. Entrou em período sabático comigo. Faz tempo que não o ouço. E acho que vai levar um tempo mais.
Simon Phillips - Soube da sua existência pela primeira vez no primeiro disco de Michael Schenker, para o qual Roger Glover reuniu uma cozinha de arrepiar (com Mo Foster no baixo e Don Airey  nos teclados, ou seja, caras com feedback de fusion). Depois, ouvindo o Sin After Sin, do Judas Priest, Simon está lá de novo, arrebentando e preparando o terreno para a entrada de Les Binks nas baquetas. Volto a ouvi-lo numa das faixas de Before I forget, álbum-solo do Jon Lord feito pouco antes de deixar o Whitesnake para voltar ao reencarnado Purple (procurem por Bach onto this). Foi assim, exporadicamente, que eu o ouvia. Até quem um dia encontrei um disco dele, publicado no Brasil, numa dessas lojinhas que a gente entra por desencargo de consciência. Chama-se Symbiosis e é muito bom. Tempos depois, meu irmão me deu um ao vivo dele, igualmente legal. E parei por aí. Não quero cometer o mesmo erro que cometi com outros virtuosos, o de sair comprando tudo que fazem. Você se enche. Tem que ser seletivo.
Dennis Chambers - Caso igual ao de Simon e David. Toca pra cacete. Tenho gravações do cara tocando com Gonzalo Rubalcaba, John McLaughlin, Bireli Lagrene-Dominic diPiazza e por aí vai. Mas o disco que mais gosto dele é o Guitar Heaven, com "don" Carlos Santana. O pau quebra com Raul Rekow e Carl Perazzo nas versões de músicas do Zeppelin, do Purple e até do Def Leppard. Foi lançado agora e é facílimo de achar. Melhor disco do Santana em, pelo menos, 20 anos. Bom para o Dennis, que ainda não entrou para a lista dos caras que tenho de ouvir de ano em ano.
Por fim: li em algum lugar que o Santana fez a cagada de botar a mulher dele, a Cindy Blackman, no lugar do Dennis. Para quem não se lembra, ela era aquela baterista enlouquecida do Lenny Kravitz. Uma bosta fazendo música de merda.
Se ainda fosse a Terri Lynne Carrington, que toca pra cacete, no lugar do Dennis, vá lá. Mas a Cindy é uma tremenda enganadora. Parece o Kenny Aronoff, que distribui muita porrada (e tem uma puta moral). Só que, como quem manda é o maridão, vamos ter que aguentar a Cindy descendo a mão sem muita técnica em três rides K Zildjian (18, 20 e 22 - nem na medida ela é original) e espancando uma daquelas Gretsch que é sonho de consumo de muito batera.
Kiko Freitas - É só ouvir o Obrigado, gente, do João Bosco, ou assistir ao DVD do mesmo show. Manda muito, apesar da cara de professor de Física de colégio secundário. Na banda com Ney Conceição e Marçazinho, ele arrepia. Tem trabalhos-solo que ainda não tive a sorte de ouvir. Mas colocaria Kiko no rol dos grandes bateras contemporâneos de jazz. 

Um comentário:

  1. Você já falou do:

    Mike Portnoy?
    Deen Castronovo?
    Scott Travis?
    Marco Minemman?
    Gregg Bissonette?
    Jack DeJohnette?
    Terry Bozzio?

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