terça-feira, 6 de março de 2012

É cada bobalhão... Dá até vergonha

 Leiam a nota do Radar, da Veja. Volto na sequência.

 Beija a mão



A foto aí de cima tem feito a alegria dos peemedebistas menos simpáticos ao manifesto puxado por parte da bancada do PMDB da Câmara. Um dos cabeças da rebelião, Danilo Forte se derreteu por Dilma Rousseff durante a passagem dela por Fortaleza, na semana passada. Um peemedebista faz galhofa com a imagem:
- Por que ele não reclamou do PT pra ela? Isso é a prova de que eles só reclamam pelas costas dela.
De qualquer forma, a expressão de Dilma diante de Forte não é das mais suaves.

O político brasileiro transita entre a palhaçada, o oportunismo e a estupidez. Já disse num post mais antigo que Dilma tem ojeriza ao político homem. Não é à política, mas ao gênero homem que atua na política.
A política masculina, machista, é considerada por ela a razão de todos os males. Foi por causa dela que comeu o pão que o diabo amassou nos tempos da ditadura.
Os políticos homens jogaram o país nas mãos dos generais. Quantas mulheres haviam na política naquela época? Sandra Cavalcanti, Bambina Bucci e Ligia Lessa Bastos são as que me ocorrem.
Mais recentemente, Carlos Lupi fez gesto semelhante ao do "revoltoso" (por conveniência, registre-se) deputado cearense. Abriu a temporada de gestos patéticos.
Quem lembra da foto, que estampou as primeiras páginas, vê Dilma deixando a mão com desprezo ao ex-ministro do Trabalho. Deixou-a para trás enquanto o grosseirão se agacha em mesura, beiço embicado e expressão subserviente.
Pudesse, Dilma pagava um lenço e limpava a gosma largada pelo pedetista. Tivesse menos gente, talvez mandasse:
- Para com isso!
E recolhia a mão, incomodada.
(Fosse a Dilma do Kibe Loco, agora no Casseta, dizia na lata: "Para com essa merda, porra!")
No caso mais recente, o deputado cearense segura sofregamente a presidente, impedindo-a de avançar. Quer agarrá-la para largar o beijo nojento, sem caráter, sem convicção. Mera expressão do puxassaquismo, da política provinciana e boçal. 
Ao fundo, dois baba-ovos sorriem em aprovação ao gesto de suposta finesse. Pudessem, fariam o mesmo: metiam a beiçola, porta de uma boca de maus hálitos, na cutis presidencial.
Acostumados aos tapões de Lula, que tratava a todos com simplicidade de velhos colegas de botequim, políticos fazem com Dilma o gesto bobo e de sincera deselegância. A presidente detesta e não esconde no meio sorriso sem graça. Não adianta o cerimomial dizer que ela dispensa esse tipo de cumprimento: a subserviência é mais forte, irresistível. O politicão regional há de se agachar como o cão dócil que reconhece o dono.
Fico imaginando o próximo encontro:
- Tomara que esse energúmeno, esse débil-mental não me beije a mão, como da vez anterior - pensará ela.
-  A minha presidente merece meu melhor ósculo - calculará ele, imaginando que Dilma acreditará estar diante de um lorde.
Nem Ademar de Barros teria ido tão embaixo.




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